Resiliência em saúde é tema de apresentação de pesquisadores do CEE-Fiocruz em conferência internacional de políticas públicas e Ciências de Dados
Para refletir sobre o papel da ciência de dados na concepção, implementação e avaliação de políticas públicas que auxiliem na tomada de decisão qualificada, o grupo de pesquisadores do projeto integrado Tecnologia, Informação e Resiliência em Saúde Pública (ResiliSUS), do CEE-Fiocruz, participou da primeira Conferência Internacional de Políticas Públicas e Ciências de Dados do Amazonas.
O encontro contou com a apresentação de dois trabalhos do grupo ResiliSUS, Resiliência nos Sistemas de Saúde, apresentado por Paulo Victor Rodrigues, que propôs um conjunto de indicadores que avalie o potencial dos sistemas de saúde pública em prol de um desempenho resiliente, e Gestão do Conhecimento para Melhoria da Resiliência, apresentado por Jaqueline Vianna.
Durante o evento, o pesquisador do ResiliSUS Hugo Cesar Bellas, assinou um protocolo de intenções para a criação da Rede Internacional de Políticas Públicas e Ciência de Dados, composta, inicialmente, pela Fundação Oswaldo Cruz, Universidade de Aveiro, em Portugal, Universidade Federal do Amazonas, Universidade do Estado do Amazonas, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Instituto Federal do Amazonas e Universidade Federal de São Carlos (SP).
A participação no evento se deu a convite dos pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Governança, Competitividade e Políticas Públicas (Govcop) da Universidade de Aveiro, que fizeram visita ao CEE-Fiocruz em 4/5/2023. “Uma oportunidade de discutir assuntos relevantes para os sistemas de saúde, além de esclarecer e apontar direções para a soluções de problemas cotidianos, e fortalecer parcerias com pesquisadores de outras instituições que estão discutindo temas afins”, destacou Hugo.
O estudo apresentado por Paulo Victor Rodrigues mostrou que, antes da pandemia de Covid-19, as cidades mais afetadas pelo coronavírus tinham potencial de desempenho resiliente menor. De acordo com a pesquisa, a avaliação do potencial dos sistemas de saúde para um desempenho resiliente ajudaria a destacar oportunidades de melhoria contínua nas funções do sistema de saúde, durante o estresse crônico em situações normais, o que fortaleceria sua capacidade de manter o funcionamento diante de distúrbios repentinos.
O segundo estudo, apresentado por Jaqueline Vianna, destacou a importância do desenvolvimento de um sistema voltado a orientar tomada de decisão, que seja estratégico para capacidade de respostas, principalmente, diante de eventos inesperados. “Um modelo matemático que permita reduzir a subjetividade e classificar os indicadores, por meio das quatro habilidades resilientes: monitoramento, antecipação, aprendizagem e resposta”, conforme explica.
Para a pesquisadora, eventos como esses, a partir de "trocas de experiências com pesquisadores de diferentes países, contribuem para ações que estão sendo desenvolvidas para o aprimoramento de políticas públicas".
Hugo Bellas explicou que a Rede Internacional de Políticas Públicas e Ciência de Dados tem como missão a produção de informação e conhecimento científico para tornar a implementação de políticas públicas mais efetiva, eficiente, transparente e participativa, considerando as necessidades da sociedade. “A iniciativa é bastante desafiadora e pertinente, principalmente, após os últimos quatro anos em que o Brasil vivenciou tentativas de destruição das políticas públicas e de desmonte das instituições de ensino e de pesquisa”.
O ponto focal da Rede na Fiocruz ficará no CEE/ResiliSUS, embora suas ações devam se estender para outros setores na instituição. “A formalização da Rede será encaminhada ao setor de Relações Internacionais da Fiocruz de modo que a cooperação seja oficializada junto à instituição e possa ser ampliada”, destacou.