O câncer como um problema de saúde pública; a responsabilidade institucional dos órgãos de saúde e do SUS para promover esse entendimento; a responsabilidade de outros segmentos, como as organizações da sociedade civil, a indústria e os setores de serviços no cuidado ao câncer foram alguns aspectos destacados pelos coordenadores do seminário Controle do Câncer no Século XXI: desafios globais e soluções locais, José Gomes Temporão e Luiz Antonio Santini em um balanço sobre o evento, gravado para o site do CEE, no último dia (assista acima). Conforme destacam, esses componentes constituem um ecossistema responsável por dar respostas aos desafios. Para os dois, o seminário cumpriu totalmente seus objetivos e transcendeu as expectativas.
Promovido pelo CEE-Fiocruz, em conjunto com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o evento foi concebido pelo projeto de pesquisa Doenças Crônicas e Tecnologias de Saúde (DCTS/CEE) – liderado pelos dois coordenadores –, e desenvolvido a partir da troca de ideias e experiências de um comitê científico formado por profissionais de diferentes áreas, que durante vários meses discutiram as muitas facetas do controle do câncer.
Temporão e Santini chamaram atenção para a importante participação de convidados internacionais, entre eles, a diretora da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (Iarc/OMS), Elisabete Weiderpass, que apresentou em dados detalhados um panorama do câncer em âmbito global. Conforme observou Temporão, é possível perceber facilmente, a partir dos dados, que o Brasil “está muito bem do ponto de vista do arcabouço normativo e legislativo” e, ao mesmo tempo, enfrentando ainda desafios quanto ao acesso e à qualidade do cuidado. Santini menciona o destaque dado por Elisabete ao caso brasileiro. “Segundo suas palavras, ela teve a oportunidade não só de trazer informações importantes, como também de levar e aprender com a nossa experiência”.
Os coordenadores chamam atenção também para temas como o papel da atenção primária, a importância do aumento da capacidade nacional de desenvolvimento e inovação, a internalização da produção, bem como a diversidade regional, a formação de especialistas e a responsabilidade da informação e da comunicação, todos abordados em profundidade no seminário.
“Tivemos muito êxito nesse evento”
— Luiz Antonio Santini
Temporão enfatiza também que a iniciativa do seminário pode colaborar para o fortalecimento da presença da Fiocruz no campo das doenças crônicas e do câncer especificamente.