Concentração de renda e carência de serviços alimentam desigualdade em São Paulo

Concentração de renda e carência de serviços alimentam desigualdade em São Paulo

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Os dados do Mapa da Desigualdade da Cidade de São Paulo, elaborado pela ONG Rede Nossa São Paulo, revelam mais do que a profundidade do fosso entre pobres e ricos na maior e mais próspera metrópole brasileira, mas, sobretudo, atestam a falta de iniciativas do poder público para interferir, com a oferta de serviços e melhorias urbanas, no processo de concentração de riquezas que faz do Brasil o primeiro no ranking dos países que mais concentram renda na parcela do 1% mais rico da população. “Publicamos esse levantamento desde 2012 e, ao atualizarmos os dados, constatamos que as políticas dos governos não têm conseguido enfrentar esse problema”, explicou o coordenador-geral da entidade, Jorge Abrahão, no site da ONG.

O mapa foi desenhado com 38 indicadores de renda e qualidade de vida nos 96 bairros da capital paulista, que tratam desde renda, como o que revela que o salário médio de um trabalhador do mercado formal que vive no Campo Belo, a 11 quilômetros do Centro, é 8,7 maior do que de um morador de Marsilac, a 51 km do centro, até a expectativa de vida, que tem no Jardim Paulista seu melhor resultado, com 79, 4 anos, e no Jardim Ângela seu pior, com 55,7 anos. Uma diferença de 23, 7 anos de vida que traduz dramaticamente a desigualdade experimentada no interior da maior cidade da América Latina. Outro dado impressionante é o que revela que um jovem de 15 a 29 anos tem 16,6 mais chances de ser assassinado no Brás, no centro, do que em Vila Matilde, na Zona Leste. O Brás aparece 23 vezes como o pior colocado nos rankings dos 38 indicadores trabalhados pela pesquisa. 

“O que a gente percebe no mapa é que a desigualdade é cumulativa. Ela não é apenas por renda. Tem desigualdade nos serviços de saúde, educação, segurança, saneamento, assistência social, o que acaba gerando um ambiente propício para que espaços sejam carentes”, afirmou Jorge Abrahão ao Portal G 1. As carências são tantas que a ONG preparou uma tabela onde lista o número de bairros que tiveram índice igual a zero em 15 indicadores. Apenas dois deles se referem a dados positivos e foram alcançados por poucos distritos: somente um zerou o indicador mortes no trânsito, quatro o geral de homicídios e 14 o homicídios de jovens. Os outros revelam as dificuldades que a população mais pobre tem no acesso à segurança, saúde e cultura, com os dados que mostram que em cinco bairros não há unidades básicas de saúde, em 33 não há leitos hospitalares, em 43 não há equipamentos culturais e em 37 não há um único livro à disposição do público adulto ou infantil e juvenil.  

Leia aqui a íntegra do documento.

Leia aqui a repercussão do relatório na mídia.

Região Central de São Paulo tem muita pobreza e é reduto de imigrantes (SPTV 1ª Edição)

Brás, no Centro, lidera ranking de homicídios em São Paulo (CBN)

Jovem tem 17 vezes mais chances de morrer no Brás que na Vila Matilde (Folha de S. Paulo)

Em SP, morador dos Jardins vive 23,7 anos a mais do que o do Jardim Ângela, aponta Mapa da Desigualdade (G1 Notícias)

Diferença na renda formal entre bairros de SP é de quase 8 vezes, diz ONG (UOL Notícias)

Mulheres negras são as que mais sofrem com desigualdade em SP, aponta pesquisa (G1 Notícias)

Média de salário em SP vai de R$ 1,2 mil em Marsilac a R$ 10 mil no Campo Belo (G1 Notícias)

Brás registra mais de 31 vezes o índice de homicídios da Mooca em SP, diz pesquisa (G1 Notícias)

Guaianases tem o menor tempo de espera na fila da creche em SP (G1 Notícias)

Morador de área rica de SP vive 23,7 anos a mais que o de periferia, diz estudo (Agência Brasil)