Os sistemas oficiais de classificação de doenças e de diagnóstico transformam em doença as formas cotidianas de pensar, sentir e agir, gerando uma falsa “epidemia de transtornos mentais” e enfatizando tratamentos com foco na medicalização. Milhões de pessoas ao redor do mundo buscam deixar de usar drogas psiquiátricas, mas encontram dificuldade, tendo em vista os severos efeitos gerados pela abstinência. Essas questões estarão em debate no 3º Seminário Internacional A Epidemia das Drogas Psiquiátricas, de 29 a 31/10/2019, iniciativa do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial (Laps/Ensp/Fiocruz), em parceria com a Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes).

Coordenado pelos pesquisadores Paulo Amarante e Fernando Freitas, do Laps, o evento tem como Alternativas ao diagnóstico psiquiátrico e ao tratamento psicofarmacológico e reunirá, no auditório da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), pesquisadores, alunos, familiares e usuários da assistência psiquiátrica e saúde mental. Haverá transmissão ao vivo e tradução simultânea.

A abordagem biomédica da psiquiatria e a medicalização para tratamento desses transtornos são considerados pelos especialistas dois problemas “dramáticos” que a sociedade hoje enfrenta nas abordagens dos chamados transtornos psíquicos. O evento buscará mostrar que há alternativas a essas propostas e apresentará as experiências que vêm sendo levadas à frente para redução do uso de drogas de forma lenta e segura.

Nomes confirmados
Lucy Johnstone, da Sociedade Britânica de Psicologia; Peter Groot, da Universidade de Maastrich, Holanda; Ana Pitta, presidente da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme); Rogério Giannini, presidente do Conselho Federal de Psicologia; Ernesto Venturini, assessor da OMS para Saúde Mental; e as professoras e pesquisadoras argentinas Alejandra Barcala, Cecília Ausburger, Sandra Gerlero e Gisela Antolich.

Sobre Lucy Johnstone
Psicóloga clínica do Reino Unido, uma das lideranças da Divisão Clínica da Sociedade Britânica de Psicologia. Entre os livros que publicou, estão: Users and abusers of Psychiatry, A straight talking introduction to Psychiatric Diagnosis e Formulation in Psychology and Psychotherapy. No seminário, apresentará o trabalho em que é coautora, The Power Threat Meaning Approach, abordagem concebida em 2018, que propõe uma alternativa ao diagnóstico psiquiátrico e à medicalização do sofrimento.

Sobre Peter Groot
Pesquisador do Departamento de Psicologia e Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Maastrich, Holanda. Químico de formação, especialista em pesquisa genética, desenvolveu as tiras de redução, tecnologia  que garante aos pacientes uma redução da medicação psiquiátrica, de forma lenta e segura. A experiência consiste em doses atenuadas de medicação, fornecidas em embalagens de tiras. Podem ser usadas para antipsicóticos, antidepressivos, ansiolíticos, hipnóticos, analgésicos (como os opioides), etc. 

3º Seminário Internacional A epidemia das drogas psiquiátricas
Data: 29 a 31 de outubro de 2019
Local: Auditório da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz)
Horário: 9h às 17h
Informações: Fanpage Facebook