Em entrevista, Sonia Fleury destaca as políticas inovadoras da gestão de Nísia Trindade à frente do Ministério da Saúde
Além de ter conseguido recuperar a inteligência do Ministério da Saúde, a gestão da Nísia Trindade foi marcada por políticas inovadoras, como o fortalecimento do Complexo Econômico e Industrial da Saúde, que articulou uma nova relação da saúde com a economia, avaliou a cientista política Sonia Fleury, pesquisadora do CEE-Fiocruz, em entrevista ao programa Outra Manhã, divulgada no YouTube.
Nísia foi demitida do cargo na terça-feira (25/02), pelo presidente Lula, no dia em que ela anunciou a primeira vacina 100% nacional e de dose única contra a dengue, produzida pelo Instituto Butantã, por meio de um edital do Programa de Desenvolvimento e Inovação Local do Ministério da Saúde.
Ao falar dos avanços implementados, nos dois anos em que Nísia esteve à frente da pasta da Saúde, Sonia sublinhou que, por meio do Complexo Econômico e Industrial da Saúde, ela conseguiu, “pela primeira vez, romper com a ideia de que saúde é puro gasto” , mostrando que saúde envolve, também, processos de desenvolvimento industrial. “Hoje é uma área que consegue juntar ciência, tecnologia, nova industrialização, financiamento público e articulação com o setor privado”.
Entre outras novidades implementadas por Nísia, citadas na entrevista, está a criação da Secretaria de Informação e Saúde Digital na estrutura do Ministério da Saúde. Dirigida por Ana Haddad, essa secretaria “está conseguindo articular as diferentes bases de dados e sistemas de informação na área de saúde, municipais, estaduais e o governo federal”, explicou Sonia, ressaltando o grande impacto desta ação na gestão.
Por fim, a pesquisadora lembrou que, diante do desfinanciamento das redes globais de saúde promovido pelo atual governo norte-americano, de Donald Trump, o fortalecimento do Ministério da Saúde e de instituições como a Fiocruz é estratégico no cenário mundial, pelo “papel fundamental na relação Sul-Sul, em ocupar esse espaço que está sendo deixado vazio.”
Ouça a entrevista abaixo.