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Por uma aposta radical na saúde para o bem da sociedade

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A Covid-19 não é apenas uma pandemia, mas uma síndrome provocada por um padrão de exploração econômica insustentável, escrevem os pesquisadores Pedro Ribeiro Barbosa, diretor do Instituto de Biologia Molecular do Paraná, e Eduardo Kaplan Barbosa, mestre em políticas públicas pela Harvard Kennedy School, em artigo publicado no jornal Valor Econômico (19/09/2021). No texto, eles analisam o cenário de incertezas em que nos encontramos, observam que a elevada taxa de contágio do coronavírus pôs em xeque a iniquidade de acesso à infraestrutura social e destacam a necessidade de novos arranjos institucionais.

Acesse a íntegra do artigo na versão impressa.

Longe de estarmos próximos de retomar alguma normalidade, tendo em vista o início da vacinação contra a Covid-19, o cenário de gravidade se mantém e a pandemia “segue a exigir respostas complexas e muitas ainda desconhecidas”, avaliam, apontando para “uma combinação de medidas de predição e vigilância epidemiológica, médico-hospitalares, sanitárias, tecnológicas, sociais e econômicas”. Da incessante caracterização genômica do vírus e testagem abrangente da população a novos mecanismos de proteção social e postos de trabalho as medidas são ao mesmo tempo necessária e ainda limitadas na contenção da pandemia, apontam.

Os autores a omissão e o descaso no enfrentamento da pandemia no país, “agravados pela desconstrução de políticas sociais, ambientais e tecnológicas, bem como pela contínua perda de dinamismo econômico”. Para eles, isso remete a “consequências trágicas”.

A superação da pandemia exigirá a reconfiguração, e não a mera suspensão, dos mecanismos implementados na fase emergencial, mas orientados para a proteção social e requalificação dos trabalhadores

Eles sublinham que o atual contexto e suas tendências impõem um novo arranjo que fortaleça o papel da saúde na sociedade. “Mais do que um direito individual e coletivo, a saúde se prova a cada dia um setor econômico dinâmico e mobilizador de postos de trabalho qualificados, inovação e base produtiva. E deve ser entendida, portanto, também como linha-mestre de um novo modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo”, escrevem, lembrando que nas semanas iniciais da pandemia, a urgência em mitigar a mortalidade e preservar a renda das famílias tornou imperativa a adoção de pacotes fiscais, tornando secundária a preocupação com o déficit público.

“A superação da pandemia exigirá a reconfiguração, e não a mera suspensão, dos mecanismos implementados na fase emergencial, mas orientados para a proteção social e requalificação dos trabalhadores e, preferencialmente, contrabalançados por uma tributação mais progressiva”, afirmam, defendendo que a viabilidade desses mecanismos requer articulação com políticas públicas “focadas na promoção de dinamismo econômico para gerar empregos qualificados e suprir as carências tecnológicas para uma atenção plena à saúde”. Some-se a isso, ainda, destacam, a necessidade de se proporem políticas adequadas às necessidades das periferias e comunidades vulneráveis e de se lidar com os determinantes socioambientais da saúde.

Os autores defendem o desenvolvimento do Complexo Econômico e Industrial da Saúde em um “duplo papel”, de vetor de crescimento econômico e pilar da saúde pública universal. “Sem capacidade de pesquisa, desenvolvimento e produção d e testes, vacinas, equipamentos e profissionais qualificados, o atendimento aos cidadãos dependentes do SUS será comprometido, seguindo vulnerável em tempos normais e criando catástrofes sociais na pandemia, nos deixando de joelhos frente aos humores do fornecimento internacional”, analisam.

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