O SUS EM 2020: sanitaristas analisam a atenção à saúde no contexto da pandemia de Covid-19
O Sistema Único de Saúde (SUS), criado há mais de três décadas, na Constituição de 1988, é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo – o Brasil é o único país com mais de 200 milhões de habitantes a contar com um sistema público e universal de saúde. Se ainda havia quem não compreendesse a importância dessa conquista para os brasileiros, isso ficou evidente ao longo dos últimos meses, em que o país e o mundo vêm sendo desafiados pela pandemia da Covid 19, considerada a maior crise sanitária em um século.
Com sua política inclusiva, sua robustez, cobrindo todos os níveis de atenção, seu alcance e capilaridade, presente em todos os 5.570 municípios do país e respondendo pela atenção à saúde de mais de 70% da população, e sua forma de organização, o SUS mostrou-se capaz de dar rapidamente uma resposta assistencial à população e contribuir para os cuidados de prevenção, em um esforço coletivo para conter a disseminação do vírus. Como explicou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, em depoimento gravado para o blog do CEE, a pandemia ressaltou a importância da integralidade do Sistema, mostrando “que são indissociáveis o tema da atenção, da promoção da saúde, da vigilância, da ciência, tecnologia e inovação”. Se temos constatado que o Brasil precisa do SUS, “a pandemia mostrou, também, nossas fragilidades, e que o SUS precisa ser fortalecido”. Os desafios para o sistema são muitos, a começar por seu subfinanciamento, agravado pela Emenda Constitucional 95.
No vídeo a seguir, sanitaristas convidados pelo blog do CEE-Fiocruz analisam o SUS e a atenção à saúde, no contexto da pandemia de Covid-19.
Veja os temas abordados por cada um e assista ao vídeo.
•Nísia Trindade Lima: "A pandemia mostrou o quanto são indissociáveis os temas da atenção, promoção da saúde, da vigilância, da ciência, tecnologia e inovação".
• José Gomes Temporão:“O papel do Ministério da Saúde, em um país federativo e no contexto da saúde universal, é central”.
• Luiz AntonioSantini: Santini : "A grande missão do ano de 2021 vai ser a defesa do Sistema Único de Saúde".
• Sonia Fleury: “Aprendemos com a pandemia que a prevenção é a melhor forma de encarar uma doença tão complexa”.
• Carlos Gadelha: "Opor o desenvolvimento à saúde ou ao ambiente é opor o desenvolvimento a ele mesmo".
• Ligia Giovanella: “Se não fosse o SUS, com seu acesso gratuito por todo território nacional, o sofrimento seria maior”.
• Jorge Bermudez: “Gravidade da pandemia trouxe o confronto entre movimentos de solidariedade em nível mundial e a disputa de mercado”.
• Paulo Buss: “A pressão da sociedade civil é importante para forçar respostas responsáveis por parte dos dirigentes e da política externa”.
• Élida Graziane: “O orçamento público só é legítimo à luz da Constituição”.
• Ligia Bahia: “Houve um avanço na compreensão de que temos um setor privado no Brasil que compete com o setor público”.
Com sua política inclusiva, sua robustez, cobrindo todos os níveis de atenção, seu alcance e capilaridade, presente em todos os 5.570 municípios do país e respondendo pela atenção à saúde de mais de 70% da população, e sua forma de organização, o SUS mostrou-se capaz de dar rapidamente uma resposta assistencial à população, em meio à pandemia.
Ficou evidente que o Brasil precisa do SUS. Os desafios para o sistema, no entanto, são muitos, a começar por seu subfinanciamento, agravado pela Emenda Constitucional 95.