OMS lança apelo de emergência sanitária de 1,5 bilhões de dólares para enfrentar ‘crises sanitárias globais sem precedentes’

OMS lança apelo de emergência sanitária de 1,5 bilhões de dólares para enfrentar ‘crises sanitárias globais sem precedentes’

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As crises humanitárias cada vez mais intensas e prolongadas exigem medidas urgentes para proteger os mais vulneráveis ​​do mundo. Em 2025, estima-se que 305 milhões de pessoas necessitarão de assistência humanitária. A escala crescente dos desafios globais – como a crise climática, os conflitos e os surtos de doenças infecciosas – está ultrapassando os recursos disponíveis, aponta a Organização Mundial da Saúde no Apelo de Emergência Sanitária lançado em 16/1/2025.

Enfermaria hospitalar, com macas enfileiradas e médicos com jalecos azuis em pé próximos aos leitos

Conflitos, alterações climáticas, epidemias e deslocamentos estão convergindo para criar uma crise de saúde global sem paralelo, em 2025, com 305 milhões de pessoas necessitadas, urgentemente, de assistência humanitária, destaca a Organização Mundial da Saúde (OMS), ao lançar o Apelo de Emergência Sanitária (HEA), em 16/1/2025. A iniciativa prevê o apoio de doadores e parceiros, para alcançar 1,5 bilhões de doláres e buscará apoiar intervenções de saúde para salvar vidas diante de “uma realidade surpreendente que reflete a pressão implacável sobre as comunidades e os sistemas de saúde em todo o mundo”.

No apelo, lançado pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, estão apontadas as “prioridades críticas” e os recursos necessários para enfrentar o que foi contabilizado como 42 emergências de saúde em curso, incluindo 17 crises de grau 3 –emergências que exigem nível mais alto de resposta, em um cenário de sistemas de saúde levados ao limite e os recursos financeiros globais diminuindo.

“Desastres relacionados com o clima, conflitos, surtos e outras emergências de saúde já não são isolados ou ocasionais – são implacáveis, sobrepõem-se e intensificam-se”, observa Tedros Adhanom. "Do controle de surtos de cólera à prestação de apoio à saúde mental em zonas de conflito, o trabalho da OMS vai além dos cuidados imediatos. Capacitamos as comunidades para se protegerem, dar prioridade à equidade e construir um legado de preparação”, disse.

O Apeloda OMS destaca que os desafios que o mundo enfrenta são responsáveis ​​por alimentar crises sanitárias profundas e duradouras e por colocar os mais vulneráveis ​​do mundo em maior risco.

 

Uma resposta coordenada para proteger as populações vulneráveis

Entre as demandas por assistência médica de emergência, por exemplo, a OMS destaca a atenção às zonas de conflito como a República Democrática do Congo, o território palestino ocupado e o Sudão, com prioridade à prestação de cuidados essenciais e de fornecimentos médicos; tratamento da desnutrição e apoio à saúde materno-infantil; realização de campanhas de vacinação para prevenir surtos de doenças; e apoio de saúde mental às populações afetadas por traumas.

Conforme alerta a OMS, à medida que as crises se tornam mais frequentes e graves, o fosso entre as necessidades globais e os recursos disponíveis continua a aumentar e apoiar o Apelo de Emergência Sanitária “é um investimento vital na solidariedade global e na equidade na saúde”.

 

‘Quando a saúde está em risco, tudo está em risco’

A saúde está no centro de toda resposta de emergência, aponta a OMS. Do tratamento de traumas à manutenção de serviços essenciais, as crises humanitárias aumentam as necessidades de saúde e exercem uma pressão extraordinária sobre os serviços de saúde locais, destaca o Apelo.

Com impactos tão vastos, a saúde deve estar no centro de qualquer resposta humanitária, defende ainda a OMS, entendendo que sem a prestação rápida e eficaz de serviços de saúde, as crises humanitárias podem ter impactos profundos e catastróficos na saúde das comunidades afetadas. “Nos momentos mais sombrios de uma crise, os serviços de saúde oferecem uma tábua de salvação, dando aos indivíduos e às comunidades a força para resistir e a base para reconstruir”.