CEE institui Fórum de Coordenadores de Projetos Integrados e se afirma como ‘think tank’ de Desenvolvimento e Saúde da Fiocruz

CEE institui Fórum de Coordenadores de Projetos Integrados e se afirma como ‘think tank’ de Desenvolvimento e Saúde da Fiocruz

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Reprodução de tela de computador em live, mostrando o rosto de diversos particiantes de uma reunião remota

Com o objetivo de promover maior articulação e evidenciar a convergência entre os projetos que desenvolve, o Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz Antonio Ivo de Carvalho instituiu o Fórum de Coordenadores de Projetos Integrados do CEE-Fiocruz, que teve sua primeira reunião em 31/01/2022, de forma remota. O Fórum reunirá periodicamente os coordenadores dos nove macroprojetos em curso no CEE, de modo a aproximá-los e promover um diálogo entre os temas investigados, tornando-se um “espaço conjunto, político e estratégico, de reflexão”, conforme definiu o coordenador do Centro, Carlos Gadelha, durante o encontro. Inicialmente, as reuniões serão mensais. 

A criação do Fórum será formalizada em portaria da Presidência da Fiocruz. “Estamos instituindo uma governança coletiva no CEE, após um ano interagindo com cada grupo de pesquisa. Agora, vamos colher juntos o resultado disso”, anunciou Gadelha, à frente do Centro desde abril de 2021, sucedendo o sanitarista Antonio Ivo de Carvalho (1950-2021), idealizador do CEE. “Fui muito bem surpreendido com o que temos aqui, as pessoas, as linhas de pesquisa. Uma potência enorme”, destacou. 

Gadelha apresentou aos presentes – coordenadores de projetos e convidados – a proposta de organização do CEE por projetos integrados, cada um abrigando os respectivos subprojetos e desenvolvendo-se em sinergia com os demais. E de forma flexível: “Os projetos podem ser permanentes ou ter início, meio e fim, ou, ainda, migrar para outras instâncias, com equipes que se movem, que não são rígidas”, observou. “O importante é que o CEE seja um espaço de se fazer ciência de modo diferente, como experimento, com ousadia, com a possibilidade de se mudar de ideia, em diálogo permanente com a sociedade e atuando de forma articulada com as unidades da Fiocruz”. 

O coordenador do CEE lembrou que a criação do Centro foi aprovada pelo Congresso Interno da Fiocruz, em meio a grande debate – “se não, não seria inovador” – e reafirmou o entendimento do CEE como o think tank de Desenvolvimento e Saúde da Fiocruz. “Nós devemos ao país um think tank público, da área progressista, com uma visão de Estado nacional e de interesse social”. 

A partir de breves exposições, pelos coordenadores, a respeito dos projetos que conduzem, foi possível constatar as possibilidades de articulação entre as respectivas agendas. “Temos vários pontos em comum. As reuniões periódicas serão muito produtivas”, considerou a pesquisadora Ligia Giovanella, à frente do projeto Atenção primária na Rede SUS. “É uma função do CEE pensar o SUS. E temos muitas contribuições para pensarmos o que queremos e levar ao debate político”, considerou. 

“As interfaces entre os projetos mostram como muitos deles, como o que se refere à atenção primária à saúde ou à saúde pública de precisão [ver a lista ao final], atravessam tudo o que temos discutido nos últimos três anos”, apontou José Gomes Temporão, coordenador, ao lado de Luiz Santini, também presente à reunião, do projeto Doenças Crônicas e Sistemas de Saúde – Futuro das Tecnologias de Diagnóstico e Tratamento do Câncer (FTDTC). 

"É um orgulho participar do Fórum do CEE e seria importante termos periodicamente trocas de informação sobre cada projeto e explorarmos as fortes sinergias existentes ”, propôs Manoel Barral, pesquisador do Instituto Gonçalo Moniz/Fiocruz Bahia, que coordenará o projeto sobre Saúde Pública de Precisão.

“O Fórum é imprescindível. Fazia muita falta”, destacou Sonia Fleury, coordenadora do grupo de pesquisa Futuros da Proteção Social. “É impossível termos um projeto comum se não nos conhecermos, nos aproximarmos”, considerou, observando que a aproximação entre os grupos de pesquisa pode levar as discussões a outro patamar, potencializando-se as reflexões.

Para o coordenador do Núcleo de estudos e pesquisas Interdisciplinares sobre emergências em saúde pública (Niesp), Gustavo Matta, que passou a integrar o CEE em 2021, “é impossível pensar o Niesp em uma perspectiva emancipatória, sem levarmos em conta os movimentos sociais, mais uma interface com o CEE”.

À frente do projeto Mundo do Trabalho e Saúde, a pesquisadora Maria Helena Machado pontuou que o Fórum de Projetos Integrados do CEE dará “mais organicidade” ao Centro. Ela lembrou, ainda, que estamos em um ano pandêmico, mas também político, no que diz respeito às eleições. “Precisamos ficar atentos. Somos atores nesse processo”. 

Gadelha encerrou o encontro destacando mais uma vez o perfil do CEE como o de um think tank nacional da área progressista, para se pensar um projeto nacional de desenvolvimento e tomar a Fiocruz como instituição estratégica de Estado. “Vamos estimular que haja uma fertilização cruzada”. 

Participaram, ainda, da primeira reunião do Fórum de Projetos Integrados do CEE os pesquisadores Assis Maffort, Alessandro Jatobá, André Carvalho, Hugo Bellas, Joyce Schramm, Ester Paiva e Sergio Rego. Da coordenação executiva do CEE, estiveram presentes Marco Nascimento e Karla Montenegro, além de Eliane Bardanachvili, da área de Comunicação.

Entre os temas já pautados para os próximos encontros do Fórum estão uma discussão em torno das teses do Congresso Interno da Fiocruz, realizado em 2021, e uma análise da conjuntura política, no que diz respeito, em especial, aos desafios para o Sistema Único de Saúde, de modo a contribuir para o debate eleitoral, tendo em vista as eleições de 2022.

Conheça os projetos em curso no CEE-Fiocruz e seus coordenadores

  • Atenção Primária na Rede SUS (Ligia Giovanella e Maria Helena Mendonça)
  • Desenvolvimento, Saúde e Inovação: Transformações Econômicas e Produtivas, Complexo Econômico-industrial da Saúde e Prospecção em CT&IS (Carlos Gadelha)
  • Doenças Crônicas e Sistemas de Saúde – Futuro das Tecnologias de Diagnóstico e Tratamento do Câncer – FTDTC (José Gomes Temporão e Luiz Santini)
  • Futuros da Proteção Social (Sonia Fleury)
  • Gestão Federativa do SUS/Observatório Estadual do SUS (Assis Mafort)
  • Mundo do Trabalho e Saúde (Maria Helena Machado)
  • Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares sobre Emergências em Saúde Pública – Niesp (Gustavo Matta)
  • Saúde Pública de Precisão (Manoel Barral)
  • Tecnologia, Informação e Resiliência em Saúde Pública (Alessandro Jatobá)
  • Saúde Mental (Paulo Amarante)

Atualizado em 10/5/2023