Artigo publicado no periódico Health Policy and Technology (vol. 14), pelo pesquisador do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE-Fiocruz) Alessandro Jatobá, discute o conceito de resiliência, alvo de “falta de consenso e profundidade”, quando aplicado à saúde pública, conforme observa o autor, que propõe uma visão mais abrangente do termo.

“Resiliência é um conceito versátil”, escreve Jatobá, à frente do projeto de pesquisa Tecnologia, Informação e Resiliência em Saúde Pública (ResiliSUS) do CEE. “Historicamente, nas Ciências da Saúde, a resiliência esteve predominantemente associada à Psicologia, que a define como a capacidade humana de adaptação diante de tragédias, traumas, adversidades, privações e fatores estressantes significativos e comuns da vida. Por outro lado, existe a definição de resiliência como uma propriedade dos materiais, referindo-se à sua capacidade de retornar à sua forma original após reagir ao choque”, analisa.

O autor aponta “alguma confusão”, na literatura sobre sistemas complexos, entre resiliência e conceitos relacionados, como preparação, força, resistência, elasticidade ou capacidade de resposta, todos tipicamente associados à resposta a desastres. E destaca que a literatura recente enfatiza a necessidade de avançar em direção a uma compreensão mais abrangente da resiliência. “Particularmente à luz dos desafios colocados pelas alterações climáticas, pela instabilidade econômica, pelos conflitos e outras crises humanitárias, que colectivamente apresentam desafios de política pública globais cada vez mais complexos”, defende.

Para Jatobá, a implementação de resiliência envolve dotar as organizações de saúde pública com capacidades preventivas, de absorção, adaptativas e transformadoras, centradas em garantir a continuidade, a qualidade e a estabilidade dos serviços de saúde essenciais.

Acesse a íntegra do artigo (em inglês).