Lab-on-a-chip: resultado de pesquisa do CEE-Fiocruz é compartilhado com pesquisadores e dirigentes
O Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE-Fiocruz) realizou em 17/5/2018, o workshop Lab-on-a-chip – O futuro do diagnóstico em saúde pública, no qual apresentou a pesquisadores e dirigentes da instituição os resultados do estudo que concluiu sobre essa tecnologia emergente. O laboratório em um chip, ou LOC (sigla em inglês), é um pequeno dispositivo que integra e automatiza todas as etapas de uma análise laboratorial convencional. O sistema cabe em um único chip, e, em futuro próximo poderá incidir sobre a equidade em saúde pública, viabilizando diagnósticos point of care, isto é, onde quer que o paciente esteja recebendo atenção, com rapidez e baixo custo, de doenças crônicas e infecciosas.
O workshop teve por objetivo compartilhar o conhecimento alcançado com a pesquisa, que avaliou o estado da arte do LOC no mundo, por meio de revisão de literatura; realizou o mapeamento da produção científica e tecnológica mundial sobre o tema e uma web survey, com 256 pesquisadores de vários países sobre as perspectivas dessa tecnologia; e mapeou, ainda, as competências científicas e tecnológicas relacionadas ao LOC na Fiocruz. Entre os convidados, estiveram presentes o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde, Marco Aurélio Krieger, o pesquisador Akira Homa, assessor científico de BioManguinhos, o pesquisador da Ensp Jorge Bermudez, o coordenador de Prospecção Tecnológica da Fiocruz, Carlos Gadelha, e o pesquisador do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBPM/Fiocruz), Pedro Barbosa.
Os resultados foram apresentados durante toda a parte da manhã, destacando-se a identificação de que o LOC é uma tecnologia de caráter multidisciplinar, com conceitos e questões em aberto. Em relação à Fiocruz, o mapeamento de competências relacionadas ao LOC apontou que a instituição destaca-se na área de Biologia Molecular, mas deve avançar na área de Microfluídica.
Assista ao vídeo com comentários sobre o workshop aqui.
“Temos que desfragmentar as atividades e encontrar ambientes como este para unir nossos esforços e reunir nossas competências, para avançar”, considerou Marco Krieger. “Hoje, 80% das decisões de protocolo clinico são realizadas com base no exame de diagnostico. É uma realidade na conduta clínica e representa custo menor do que 2% do total. A relação custo-efetividade é favorável. A ideia é boa, as oportunidades são grandes. Temos condições de desenvolver, desde que identifiquemos as aplicações mais importantes”, observou.
“A ideia é que os conhecimentos gerados aqui sejam disponibilizados para camadas cada vez mais amplas da sociedade, no sentido de atingir um dos propósitos do Centro de Estudos Estratégicos, de diminuir a distância entre a atividade cientifica e acadêmica da Fiocruz e a opinião pública, para incidir nas tomadas de decisão a partir da informação qualificada”, destacou o coordenador do CEE-Fiocruz, Antonio Ivo de Carvalho. “O laboratório em um chip tem potencial de impacto positivo sobre o sistema de saúde de um país como o Brasil, principalmente, no que diz respeito à assistência a populações remotas”, observou.
Na parte da tarde, os pesquisadores Pedro Barbosa, do IBMP, Fabrício Marchini do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz), e Hércules Neves, do Instituto René Rachou, da Fiocruz Minas, apresentaram a experiência de desenvolvimento de um dispositivo com as características de um LOC, que poderá estar disponível para aquisição em breve. “Para termos sucesso, é preciso compreender como esse produto vai, ao fim ao cabo se estabelecer no mercado”, observou Pedro Barbosa.
A busca por compartilhar o conhecimento obtido com a pesquisa realizada pelo CEE-Fiocruz expressou-se também na distribuição aos participantes da primeira versão do Policy Brief da pesquisa, no qual os principais resultados estão reunidos de forma acessível não só a pesquisadores, mas a gestores e outros potenciais interessados. A versão final estará disponível no blog do CEE-Fiocruz, na série Relatórios de Pesquisa.