Ministro da Saúde destaca avanços e desafios no encerramento do Seminário Controle do Câncer no Século XXI, do CEE-Fiocruz
“Nosso desafio e nosso objetivo é consolidar no Brasil a maior rede pública de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer do mundo. E faremos isso através do SUS, com a força interagindo com tudo que há de melhor em nosso país”. A declaração foi dada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no encerramento do seminário internacional Controle do Câncer no século XXI: desafios globais e soluções locais, sexta-feira, 28/11. O evento, promovido pelo Centro de Estudos Estratégicos da Fundação Oswaldo Cruz (CEE-Fiocruz), no Rio de Janeiro, teve início no dia 27/11, reunindo especialistas nacionais e internacionais para discutir estratégias de enfrentamento ao câncer e caminhos possíveis para fortalecer políticas públicas no Brasil, em seis mesas de debates.
Para Padilha, o seminário reforçou a importância de aprofundar a discussão sobre o câncer e de compreender melhor os desafios enfrentados por países de renda média, entre eles, o Brasil. Ele pontuou que o debate é essencial para ajustar prioridades, orientar políticas públicas e identificar gargalos que ainda limitam o acesso aos cuidados no tratamento da doença.
“Sabemos que, embora os países de renda média como o Brasil não tenham a maior incidência de câncer, são responsáveis por cerca de 70% das mortes pela doença no mundo. Então, temos a responsabilidade de reduzir a incidência de novos casos e a prevalência de câncer, assim como o esforço de encurtar o período para começar o diagnóstico, acelerar o tratamento e incorporar o que temos de melhor nessa tecnologia”, disse o ministro.
Na cerimônia de encerramento, em nome da Organização Panamericana da Saúde, a diretora da Agência Internacional para Pesquisa de Câncer da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS), Elisabete Weiderpass, entregou para o ministro Padilha o Código Latino-Americano e Caribenho contra o Câncer (LAC Code). O documento traz 17 recomendações científicas preparadas por pesquisadores brasileiros para ajudar a prevenir o câncer, adaptadas ao contexto da região. Ele inclui ações como não fumar, manter um peso saudável, praticar atividade física, ter alimentação equilibrada, limitar o consumo de álcool e se proteger do sol.
Ao longo dos dois dias, o seminário internacional Controle do Câncer no século XXI: desafios globais e soluções locais debateu temas como prevenção, detecção precoce, o papel da Atenção Primária à Saúde, diversidades regionais, formação profissional e o impacto das inovações tecnológicas no controle da doença. Os resultados das discussões ajudarão no fortalecimento da Política Nacional de Controle do Câncer, criada em 2023.
Ao abrir a cerimônia de encerramento do seminário, Luiz Antonio Santini, ex-diretor do Inca e um dos coordenadores do evento, elogiou os debates ocorridos ao longo nestes dois dias e falou sobre as grandes contribuições para avançar na questão do câncer no Brasil. “Quero fazer um agradecimento enorme pela contribuição e pelo entusiasmo que pudemos ver nestes dias. As apresentações contribuíram para mostrar os desafios globais que existem no controle do câncer. Os debates foram ricos e os seminários cumpriram seus objetivos”, considerou.
Santini e o ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão, foram homenageados por sua atuação em grupos de pesquisa sobre a doença e pela realização do seminário, recebendo uma placa das mãos do coordenador-adjunto do Centro, Alessandro Jatobá, e da pesquisadora Mirian Cohen. Temporão, que também idealizou e coordenou o evento, agradeceu a homenagem e exaltou os resultados alcançados no seminário. “Este último semestre foi muito rico e interessante. A concepção do evento foi bem debatida, com muitas ideias inovadoras. Tentamos fazer alguma coisa diferente, rompendo um pouco a tradição no campo do câncer, onde se discutem novas drogas, tecnologias disruptivas e tratamentos de altíssimo custo. Discutimos esses temas, mas também trouxemos os debates para novos campos, como o papel da atenção primária, a comunicação e a educação e formação de profissionais de saúde. O resultado transcendeu nossas expectativas”, apontou.
Alessandro Jatobá, pesquisador à frente do laboratório ResiliSUS/CEE, destacou o entusiasmo que o seminário gerou nos participantes, em especial, dos integrantes da equipe de lidera. “O que eu vi aqui foi, de fato, especial”, disse, lembrando estar falando também em nome do coordenador do Centro, Rômulo Paes de Sousa, e prometendo “cobrar” dos organizadores uma nova edição, em breve, do evento. “Sempre cito o Centro de Estudos Estratégicos como um lugar genuíno. Poucos locais têm capacidade de reunir gigantes como Santini e Temporão. Considero-me um privilegiado por estar perto desses gigantes. Essa homenagem é mais do que reconhecida. Realizado por vocês, era de se esperar que fosse um sucesso”, completou.
Também estiveram presentes na solenidade de encerramento o diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer (INCA/MS), Roberto Gil, que apresentou a proposta de o próximo seminário realizar-se em dois anos, junto com a celebração dos 90 anos do Inca, e a secretária estadual de Saúde, Cláudia Mello.
* Com Corcovado Comunicação Estratégica/ Assessoria de imprensa

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