Gustavo Matta e Sergio Rego: os estudos sociais como protagonistas no enfrentamento das crises sanitárias
Uma epidemia ou uma pandemia não se restringe ao vírus. Afinal, o vírus se locomove e sua transmissão se dá em cadeia com condições sociais e ambientais, em um processo dinâmico. Para compreender esses fenômenos em sua complexidade, é preciso considerá-los “como um todo”, contando-se com os necessários aportes das ciências humanas e sociais, explicam os pesquisadores Gustavo Matta e Sergio Rego, nesta entrevista ao blog do CEE-Fiocruz. Ambos fazem parte do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Emergências em Saúde Pública (Niesp), um dos nove Projetos Integrados do CEE, e assinam a organização da edição especial da revista Ciência & Saúde Coletiva (volume 27, número 11), que tem como tema O lugar das ciências humanas e sociais nas emergências sanitárias.
A revista reúne 22 textos de pesquisadores brasileiros e internacionais, que abordam temas diversos – tais como solidariedade e respostas da sociedade à Covid-19; desigualdades na crise sanitária; o movimento indígena frente à pandemia; zika e saúde global; insegurança alimentar; monkey pox e identidade de gênero; atenção primária; diplomacia da saúde; e movimento antivacina, entre outros – pela ótica “do Sul Global e não pela lógica dos países do Norte”, e levando em conta as emergências sanitárias como fenômeno social total, conforme enfatizam os organizadores.
Nesse sentido, defendem, os estudos sociais devem ser tomados como protagonistas – não coadjuvantes – no enfrentamento das emergências. Um entendimento que veio sendo construído pelo menos desde 2016, com a criação, na Fiocruz, da Rede Zika, para analisar e dar respostas à epidemia de zika e suas repercussões. “Decidimos que, dada a trajetória da Rede Zika, tomaríamos como foco uma perspectiva crítica, buscando uma virada tanto epistemológica e política; um olhar sobre as epidemias e pandemias a partir dos países pobres e em desenvolvimento”, observa Gustavo. “Temos uma hegemonia das ciências biomédicas nas questões de saúde – é óbvio o papel delas, eu também sou médico, mas temos que trazer as ciências humanas e sociais como instrumentos fundamentais na compreensão da realidade e fazer propostas de intervenção”, destaca Sergio.
Leia a entrevista a seguir.
Por que é importante afirmar o entendimento das ciências humanas e sociais como protagonistas – e não coadjuvantes – no enfrentamento de emergências sanitárias e demais demandas de saúde, tal como expressam no editorial da edição especial da revista Ciência e Saúde Coletiva?
Gustavo Matta – Essa é uma trajetória que não começa na edição da revista. Vem, pelo menos, desde 2016, quando instituímos na Fiocruz a Rede Zika de Ciências Sociais, iniciativa sugerida na época pela então vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação, Nísia Trindade – hoje nossa presidente –, que reuniu um conjunto de cientistas sociais e demais pesquisadores ligados ao papel desse campo do conhecimento, para analisar e dar respostas à epidemia de zika e suas repercussões. O Brasil foi o epicentro da epidemia, e o maior número de casos da síndrome congênita do zika ficou muito caracterizada pela microcefalia. A Rede Zika se mantém até hoje e, desde que foi criada, já evidenciava quais seriam as contribuições das ciências sociais para as emergências. Foram mais de cinquenta pesquisadores nacionais e internacionais, com diferentes perspectivas, trazendo discussões sobre a história e estudo das ciências, passando por ética e bioética aplicadas a saúde coletiva, impacto e vulnerabilidade, organização dos sistemas de saúde, com uma série de elementos que propiciavam essa integração – e isso não se dá exclusivamente no que se refere à zika. Tivemos, então, um convite da Wellcome Trust [instituição filantrópica de apoio à pesquisa com sede em Londres, no Reino Unido] para criarmos um núcleo voltado às ciências sociais na Fiocruz – o primeiro fora do Reino Unido e de algumas ex-colônias britânicas. Mergulhamos nessa proposta, antes ainda da pandemia de Covid-19, e decidimos que, dada a trajetória da Rede Zika, tomaríamos como foco uma perspectiva crítica, buscando uma virada tanto epistemológica e política; um olhar sobre as epidemias e pandemias a partir dos países pobres e em desenvolvimento, ou os chamados países do Sul Global. Parte dos recursos da Wellcome Trust foi dedicada à organização desse número especial Ciencia & Saúde Coletiva.
Sergio Rego – A ideia é incluir as reflexões das ciências humanas e sociais como protagonistas também nos processos decisórios. Temos uma hegemonia das ciências biomédicas nas questões de saúde – é óbvio o papel delas, eu também sou médico, mas temos que trazer as ciências humanas e sociais como instrumentos fundamentais na compreensão da realidade e fazer propostas de intervenção. A diversidade de abordagens que tivemos na edição da revista, de olhares e instrumentais usados, mostram o alcance da contribuição dos estudos sociais. A reflexão ética, por exemplo, é, muitas vezes, colocada de forma um tanto ou quanto isolada das demais. Queremos exatamente promover essa integração.
O que podem destacar quanto ao enfrentamento da pandemia de Covid-19 nesse caminho?
Sergio Rego – A partir dos aspectos abordados nos artigos do número especial, destaco a discussão sobre a solidariedade. Procuramos perguntar, e os estudos foram nesse sentido, como as organizações sociais representativas da sociedade, seja de trabalhadores, seja comunidades, entre outras, via as respostas dos governos à pandemia. Ou seja, em que medida essas respostas eram ou não compreendidas como justas ou revelariam uma grande parcela de injustiça? Participamos de um estudo internacional de comparação entre países da América Latina e europeus quanto ao significado da solidariedade e à forma como a solidariedade se manifestou e poderia ser estimulada para uma resposta à crise sanitária. O projeto solidariedade de vacinas [em iniciativas como a Covax Facility, por exemplo], como sabemos, deixou muito evidente a ideia de farinha pouca, meu pirão primeiro. Os países centrais produtores das vacinas falaram em solidariedade, mas, primeiro, defenderam os seus. Há uma necessidade de refletirmos sobre esse padrão de resposta. As contribuições que as ciências humanas e sociais podem dar estão nessa compreensão. Os países do Norte Global não estão acostumados com as injustiças, com as segregações. Nós do Sul Global temos outra perspectiva. Em muitos aspectos vivemos em permanente emergência, o acesso aos recursos de saúde não é igual como se desejaria, assim como o acesso a alimentação, saneamento básico. Essa realidade está presente em nosso cotidiano, nas diferentes regiões brasileiras.
Estamos pensando a partir de um fenômeno que é, ao mesmo tempo, social, cultural, biológico e político. As questões não se restringem a número de infectados, número de hospitalizados, número de óbitos e número de vacinados (Gustavo Matta)
Gustavo – A partir da fala do Sergio, é importante lembrar que isso se trata de um resgate do que chamamos no Brasil de campo da Saúde Coletiva, que é atravessado pela interação das ciências humanas e sociais com o campo da saúde pública, especialmente, na relação com a epidemiologia e o planejamento em saúde. Não se trata exatamente de algo novo, porque na base dessas discussões está a determinação social do processo saúde-doença. Para o campo da Saúde Coletiva, especialmente para a discussão das ciências sociais, não cabe a ideia de que existe um vírus isolado e que esse vírus pode ser quantificado a partir de uma perspectiva universalista da ciência. Uma epidemia ou uma pandemia não se restringe ao vírus. O artigo de Everardo Duarte Nunes aborda isso claramente no nosso número especial.
Sim. O autor afirma em seu texto que “a epidemia não se restringe a um evento viral”.
Gustavo – Essa noção também estava presente na coletânea que fizemos pelo Observatório da Covid-19, Os impactos sociais da Covid-19 no BrasilI – narrativas e vulnerabilidades, organizado pela Editora Fiocruz, com base nos eixos do Observatório. O livro inclusive está concorrendo ao Prêmio Jabuti [e ficou entre os cinco finalistas]. Lá, o foco foi na discussão sobre a Covid. Na edição da revista Ciência e Saúde Coletiva, estamos buscamos discutir as emergências de forma geral, em sua relação com as ciências humanas e sociais. Uma observação importante é que não estamos pensando em ciências humanas e sociais aplicadas, mas a partir de um fenômeno que é, ao mesmo tempo, social, cultural, biológico e político. As questões não se restringem a número de infectados, número de hospitalizados, número de óbitos e número de vacinados. É uma perspectiva crítica e queremos avançar para a contribuição dessas análises para uma resposta mais sinérgica e apropriada aos contextos nos quais vivemos. O vírus é também histórico, social, contextual. O vírus se locomove, é transmitido em uma cadeia com o meio ambiente, com o hospedeiro, de forma muito dinâmica. Só pensando por esse caminho vamos compreender as epidemias como um processo complexo. São sempre históricas, localizadas, contextualizadas. No entanto, como Sergio destacou, estamos a reboque dos modelos do Norte Global. O artigo de Leandro Luiz Viegas, Deisy Ventura e João Nunes analisa e critica a concepção de declaração de emergência, propondo outras leituras sobre isso.
Nós do Sul Global temos outra perspectiva. Em muitos aspectos vivemos em permanente emergência, o acesso aos recursos de saúde não é igual como se desejaria, assim como o acesso a alimentação, saneamento básico (Sergio Rego)
Que critérios seguiram para reunir os artigos que compõem a edição e o que buscaram enfatizar com essa seleção?
Gustavo – Fizemos um termo de referência para a publicação. Buscamos pegar diferentes perspectivas metodológicas, com diferentes objetos ou temáticas e com diversidade regional. Temos artigos do México, Argentina, de brasileiros olhando para o Brasil, de brasileiros olhando por uma perspectiva mais internacional.
Sergio – Nossa intenção foi apresentar uma diversidade de abordagens e análises e a expressão de diferentes grupos de pesquisa do Sul Global, sem concentrar os textos de um ou outro país, em uma ou outra abordagem. A ideia foi enfatizar a perspectiva do Sul Global, para termos reflexões que expressassem nossas tradições e nossas perspectivas e as difíceis relações com nosso passado colonial. O projeto do Núcleo Interdisciplinar de Emergências em Saúde Pública (Niesp) passou a potencializar o trabalho em rede, nos aproximando de outros grupos de pesquisa, para discutir o que estávamos observando como respostas à pandemia de Covid-19. Uma experiência muito boa de amadurecimento coletivo, respeitando as peculiaridades de cada grupo de pesquisa, para potencializar essa compreensão dos fenômenos relacionados à pandemia.
O que representa o olhar sobre as emergências sanitárias a partir das dimensões ontológica, temporal e ética, conforme vocês destacam no editorial da revista?
Sergio – Refere-se a essa compreensão de fenômeno social total (conforme o sociólogo francês Marcel Mauss), em que não se deve fazer uma compartimentalização dos eventos; considerá-los como um todo é uma forma de compreender a realidade em sua complexidade. As causas e consequências de uma emergência estão inseridas, por exemplo, em tradições culturais, no caso brasileiro, nas questões do patriarcado, da discriminação racial, de gênero. Isso faz com que, na epidemia de zika, por exemplo, as autoridades façam recomendações às mulheres do tipo: “tire os vasinhos de plantas, limpe sua casa e não engravide”. Ou seja, uma visão extremamente parcial da complexidade dos fenômenos. Tentamos trazer na diversidade de abordagens da edição da revista um vislumbre dessa complexidade e realçar a importância de se pensar fora do quadrado de onde tradicionalmente buscamos olhar para os processos. O que tivemos na pandemia de Covid-19 foram não respostas, o que torna ainda mais necessário refletir sobre o que a gente aprendeu com essa experiência. Como lembra uma citação de Hegel, o que a História ensina é que não se aprende com a História...
Gustavo – O que o Sérgio comentou sobre a Zika também se deu com a Covid. As orientações eram: “você precisa se isolar, precisa usar máscara, lavar as mãos”. E vimos – como mostramos na nossa outra coletânea, que traz dois trabalhos sobre a Covid nas favelas – a dificuldade de se fazer o isolamento, de se garantir acesso inclusive a alimentos. Essas recomendações impactam de formas diferentes os diferentes grupos. Se as dimensões ontológicas e temporais não forem orientadas por um sentido de justiça e equidade, perdem completamente a razão de ser, ficam unicamente atreladas – do ponto de vista das ciências sociais aplicadas – a como traduzir essas informações de modo a haver alterações de comportamento mais adaptadas à prevenção. Isso é completamente anacrônico, contraditório e antiético, se formos pensar nas iniquidades e na diversidade do território brasileiro.
Sergio – É impressionante observar como nossa realidade é escondida: não vimos, na pandemia, dados por favelas. O que vimos foi a resposta que a Cufa [Central Única de Favelas] proporcionou. A comunidade do Alemão, da Maré [no Rio de Janeiro], todas buscaram respostas ao que o Estado foi incompetente em responder – aliás, não propriamente incompetente, uma vez que, na prática, essas populações são não consideradas. O que precisamos mudar é a forma de ver nossa população, não mais a partir do olhar tradicional dos brancos e poderosos. A gente precisa trazer essa população ao processo central de tomada de decisão, compreendendo e discutindo a própria realidade. Uma mudança de perspectiva: não vou eu dizer para elas o que devem fazer.
Saúde pública é política, está atravessada por diversas questões geopolíticas. Mas houve um apagamento de todas essas nuances. Hoje, o mais importante é se você está vacinado ou não (Gustavo Matta)
Que especificidades é possível enxergar na Covid-19, em relação às demais emergências sanitárias vividas no país?
Gustavo – Tomando a Covid-19 como fenômeno social total, que nos impactou a todos no planeta e nos impôs diversos desafios, havia, no início da pandemia, um discurso muito forte enfatizando as iniquidades, o entendimento de que a pandemia iria impactar de forma diferente diferentes populações, diferentes países. O livro A catástrofe da Covid-19: descompasso entre ciência e política, do editor da revista The Lancet, Richard Horton, trata muito bem da da tentativa fracassada da OMS e outros organismos internacionais no que diz respeito à solidariedade voltada à descoberta de medicamentos e também à distribuição das vacinas, equipamentos, respiradores, que não chegaram de maneira equânime aos diversos países. Saúde pública é política, está atravessada por diversas questões geopolíticas. Mas houve um apagamento de todas essas nuances. Hoje, o mais importante é se você está vacinado ou não. Mas temos a Covid longa, o impacto econômico da pandemia em diversos países, o aumento da precarização, a construção de uma nova medicina digital não sabemos para onde vai, o atravessamento de tudo isso nas crianças, nas escolas e outras populações vulnerabilizadas, o apagão educacional, o fosso que se abriu entre as escolas públicas e as particulares, entre as crianças que tiveram oportunidade de estudar pela internet, confortavelmente, dentro de suas casas e as que não tiveram.
A gente precisa trazer essa população ao processo central de tomada de decisão, compreendendo e discutindo a própria realidade. Uma mudança de perspectiva (Sergio Rego)
É preciso tratar desses impactos posteriores...
Gustavo – Chamamos atenção para isso desde a epidemia de zika: as ações são muito focadas em preparação de resposta e pouco no pós-pandemia/epidemia. Quais as ações importantes do ponto de vista social, educacional e da saúde mental? Um outro elemento são as epidemias que temos no Sul Global completamente invisibilizadas. Estamos passando por uma epidemia de dengue! Está acontecendo neste momento! Há também a redução da cobertura vacinal por diversas razões, como a ausência de confiança da população em relação às vacinas; tem a iatrogenia pandêmica, de que trata, inclusive, um dos artigos da revista, de Rubén Martinez e Renata Cortez, mostrando o quanto o foco na pandemia deixou desassistidas uma série de doenças crônicas, como o câncer. Enfim, há uma série de invisibilidades que a pandemia também produziu, quando passou a ser o foco principal. São questões com as quais vamos precisar aprender a lidar.
Sergio – A questão é que se interromperam as aulas e não se mudou nada da infraestrutura das escolas mais precárias. Sabíamos que um dos problemas iniciais gravíssimos era o acesso a água corrente até para se poder lavar a mão. Houve também o problema da fome, que se agravou – na verdade, espera-se que as pequenas respostas caridosas de segmentos da sociedade deem conta da incompetência do Estado em reconhecer a dignidade de todos os cidadãos, um processo discriminatório evidente e inaceitável. Devemos, então, procurar contribuir para a formação de uma consciência coletiva quanto a como é absurda essa situação. Nas minhas aulas, falo com os alunos: “Não estamos em Nova York, em Londres; estamos em um país periférico, com desenvolvimento capitalista atrasado, com níveis indecentes de injustiça social. Não dá para ignorar isso e pensar em soluções propícias a um pequeno grupo de países”. Somos treinados a não ver essas injustiças; a grande máquina de informação nos diz para não ver aqueles que estão em condições piores, porque são pessoas que não querem nada. Cria-se uma série de desculpas psicológicas para que não seja preciso que você se indigne com a situação.
Gustavo – Lembrando de mais uma epidemia, a de ebola, que vem se alastrando neste momento. Os grandes jornais não mostram mais isso porque não interessa. E, mais uma vez, temos o mesmo ciclo de desassistência; a vacina contra o ebola não consegue proteger contra a nova variante, conforme temos ouvido. E, mais uma vez, prestamos um desserviço com a monkey pox – varíola dos macacos – ao identificar a doença com um determinado grupo de risco, estigmatizando-o novamente. Parece que não aprendemos com o HIV/Aids! Daí a importância da interação com as ciências humanas e sociais, da qual estamos tratando, para se apreenderem esses aspectos mais cognitivos, ontológicos, temporais e, principalmente, seus endereçamentos éticos.
De que forma as ciências humanas e sociais podem orientar também as reflexões sobre a produção de conhecimento em saúde e a defesa da soberania nacional?
Gustavo – É importante trazer a questão da iniquidade no que diz respeito à própria pesquisa e ao desenvolvimento científico. Tínhamos toda condição de participar, lado a lado com outras instituições de pesquisa de renome, no desenvolvimento da vacina contra a Covid. Não à toa conseguimos adaptar nossa plataforma muito rapidamente para a produção integralmente nacional da vacina. Temos todo um complexo científico disponível. Mas há diversas barreiras, políticas, econômicas, que impactam esse processo, e as ciências humanas e sociais também se debruçam sobre essa discussão de economia política, geopolítica, da produção de vacinas e da produção científica de modo geral. A tecnologia a gente domina. O problema é de ordem política, sociológica e econômica, puras ciências sociais. Falamos muito em ensinar as comunidades a lidar com riscos à saúde etc. E com os governantes, como lidar, de modo a aprenderem a liderar e conduzir políticas públicas em épocas de incerteza? Como se faz isso? Essa é mais uma dimensão, a da governança das pandemias e epidemias. São contribuições importantes de nossa área. E tudo isso é Saúde Coletiva.